Sua origem é bastante remota, na idade média ja se misturava sucos de frutas aos destilados, pois estes eram muito fortes, com graduação alcoolica de 60 a 80 graus G.L.. Na antiga
Grécia se misturava ao
vinho, desde água do mar a mel de abelhas ou mesmo vinagres para dissolver e abrandar seu gosto, tendo assim um cocktail. A exemplo do
Irish Coffee, que quando surgiu, nada mais era que alcool de centeio e água quente servida aos marinheiros do capitão "Grog", da marinha britanica.
Naturalmente, a coisa foi evoluíndo das primitivas misturas para combinações mais elaboradas e atraentes. Como em quase todos os conhecimentos adquiridos pela humanidade, a habilidade em se produzir coquetéis deu-se empíricamente, com o acumulo gradual de experiências, passando da mistura aleatória de bebidas para uma prática sistemática de produção, de manifestação reconhecida de talento e criatividade. Desta forma, não o surgimento, como defendem alguns estudiosos do assunto, mas sim a consolidação e o amadurecimento da habilidade técnica na manipulação e na combinação de bebidas aconteceu na
Inglaterra em meados do século XIX. Em seguida alastrou-se pelo resto da
Europa.
Entretanto, foram os americanos que realmente popularizaram e consagraram o cocktail, principalmente a partir da década de 20 do século passado, ironicamente durante a vigência da lei seca nos
Estados Unidos. Era um meio de se amenizar o terrível gosto das bebidas fabricadas ilegalmente e também uma forma disfarçada de se beber sem chamar a atenção das autoridades. Foi o caso por exemplo, do Bloody Mary.
Muitos coquetéis são populares no mundo todo mas alguns alcançaram a condição de astros, verdadeiros ícones pops da cultura ocidental. O
Martini, o drinque americano que é um dos símbolos do american way of life ou a
Margarita, a latina que imigrou para o norte e conquistou o coração e o paladar dos gringos. E é claro, a
Caipirinha, que se ainda não é tão universal quanto os demais, é com certeza o predileto dos brasileiros.
Existe nos EUA uma cultura alcoólica muito rica e diversificada, sem falarmos na força do mercado, o que evidentemente propiciou condições adequadas e favoráveis, se não ao surgimento, pelo menos para uma enorme popularização dos coquetéis. Por outro lado é na Europa que se encontra a grande produção das mais diversas bebidas alcoólicas além é claro, de ser o berço destas mesmas bebidas.
Ao importarmos de uma ou de outra, os métodos, os conceitos, as denominações, os ingredientes e demais tópicos agregados à produção de coquetéis, factores como diferenças culturais, de costumes, de hábitos, de clima e até mesmo modismos, interferem no resultado final da produção de um cocktail. Além do que, certos ingredientes originais ou não existem ou não são tão facilmente encontrados em nosso país, obrigando muitas vezes a utilização de produtos similares (geralmente mais baratos) na feitura de tal ou qual cocktail. Assim, a soma destes factores faz com que, eventualmente, um mesmo cocktail, com a mesma denominação, com a mesma provável origem e com mais ou menos a mesma base de ingredientes chegue aqui a um resultado diferente, ás vezes sutil, ás vezes tão marcantemente distinto que se poderia classificá-lo como sendo um outro cocktail.
Deste modo podemos dizer que existe também uma escola brasileira, que é naturalmente bastante influenciada pelas escolas européia e Norte Americana. Todo este preâmbulo tem por objetivo alertar de que optamos por utilizar um mix (o que não deixa de ser apropriado, em se tratando de coquetéis) entre as escolas européia, americana e brasileira na composição deste glossário de termos, denominações, classificações, conceitos e métodos de produção de e para coquetéis.